Reunião Arritmias 2023
Nos dias 17 e 18 de Fevereiro de 2023, teve lugar no “Cascais Miragem Hotel” a reunião anual arritmias, organizada pela APAPE e pelo IPRC, neste ano designada por “Arritmias 2023”. A sua organização seguiu as regras dos últimos anos, procedendo directamente aos convites dos profissionais de saúde, sob a forma de atribuição de uma bolsa, que incluía a inscrição, os almoços e coffe-breaks e quando justificado o alojamento. Após ter sido definido um número limite provisório de inscrições em função das disponibilidades financeiras disponíveis, as bolsas foram disponibilizadas aos Centros de Arritmologia, de acordo com as suas dimensões, pessoal e tipos de actividade dentro da Arritmologia. Com base nos critérios previamente definidos, foi solicitado aos responsáveis de cada uma das Unidades de Arritmologia, a indicação do número de bolsas solicitadas, sendo da sua responsabilidade a distribuição das mesmas por arritmologistas, internos de cardiologia, técnicos de cardiopneumologia ou enfermeiros.
A fim de solicitar o apoio financeiro das Casas da Indústria indispensável para que a reunião possa ser realizada, os coordenadores da Comissão Organizadora reuniram por teleconferência com os responsáveis indicados por cada uma das firmas que aceitou participar, discutindo-se o apoio financeiro de cada uma das casas e as contrapartidas a serem disponibilizadas pela organização.
A pressão por parte dos profissionais e dos Centros de Arritmologia para se inscreverem no Arritmias foi ainda maior que no anterior voltando o número de inscritos a ultrapassar largamente o limite desejado (atingiu um número de 361 participantes), batendo-se novamente recorde a nível de reuniões presenciais. Este facto voltou a levantar à organização graves problemas logísticos e financeiros, visto que se tinha verificado em relação ao ano anterior uma subida muito significativa dos custos do hotel assim como de outros apectos da organização, nomeadamente dos custos das viagens de convidados estrangeiros, que voltaram a ter uma participação presencial e por se ter verificado pelo contrário uma redução do apoio da indústria, em grande parte devido à redução do número de firmas participantes (desapareceram quase completamente as firmas que comercializam fármacos). Mais uma vez o grande número de inscrições teve como aspecto positivo uma maior afluência em muitas das sessões.
A reunião contou com 113 participantes activos, entre prelectores e moderadores englobando 87 médicos (incluindo nove convidados estrangeiros), 10 técnicos cardiopneumologistas e 16 enfermeiros.
Os grandes temas da reunião foram “Fibrilhação auricular – tratamento farmacológico / ablação”, “Guidelines de 2021 em Arritmologia”, “Ablação – radiofrequência vs novas energias”, “Ressincronização cardíaca vs pacing hisisano/do ramo esquerdo”, “Pacing no bloqueio AV completo em maiores de 75 anos”, “Questões actuais em dispositivos implantáveis”; “Morte súbita: epidemiologia, assistência médica, genética e aspectos médico-legais”, “Estratégia em doentes com TV e miocardiopatia arritmogénica”, “Prevenção primária da morte súbita”, “Ablação da TV em doentes com CDI”.
O programa integrou sessões de vários tipos, incluindo três Mesas- redondas médicas, uma de Técnicos Cardiopneumologistas e uma de Enfermeiros de Arritmologia, duas Sessões em Foco, com temas variados e uma Sessão de Controvérsia.
Foram ainda incluídas várias sessões conjuntas com outras sociedades científicas, nomeadamente com a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC) e com a Latin American Heart Rhythm Society (LARS), tendo ambas incluído duas controvérsias em que os médicos estrangeiros participaram por teleconferência; a outra sessão conjunta foi com a European Heart Rhythm Association (EHRA), que se fez representar presencialmente pelo Dr. Haran Burri.
As duas conferências que integraram o programa foram atribuídas respectivamente ao Prof. Pedro Adragão (“A minha estratégia no doente com TV e miocardiopatia arritmogénica”) e a segunda ao Prof. Pedro Brugada (“A minha visão da Arritmologia – Regresso ao Futuro”).
O programa incluiu a também habitual Sessão de Casos Clínicos, que compreendeu seis casos, seleccionados por um Júri entre mais de 20 propostas, cada um proveniente de uma Unidade de Arritmologia de um hospital diferente, sendo comentada por elementos de outros centros; como tem sido usual foi uma das sessões mais participadas.
Dentro da sessão final foram apresentados e discutidos os registos de electrofisiologia e de pacing referentes a 2021, apresentados pelos correspondentes Vice-presidentes da APAPE.
A exposição de posters manteve a metodologia electrónica, com apresentação em dois écrans de larga dimensão, permitindo o programa informático um fácil acesso a cada apresentação. Foram assim apresentadas 66 comunicações e com base na classificação dos resumos enviados previamente o Júri seleccionou as seis melhores, tendo-as discutido com os respectivos autores durante os intervalos das manhãs. Destas seis apresentações, o Júri escolheu três, sendo atribuído à que consideraram a melhor considerada o 1º prémio (prémio Medtronic) e às outras duas os 2 os prémios. No final da reunião o primeiro autor do trabalho vencedor apresentou-o publicamente numa sessão presidida pelos membros do Júri.
Apoiaram a reunião um total de 11 casas de dispositivos médicos e laboratórios clínicos que participaram na reunião a nível da exposição técnica, que incluiu três salas (hospitality-suites), dois stands e quatro expositores (roll-ups), para além de material publicitário afixado nalgumas paredes, pilares, chão e degraus da galeria do hotel, assim como vídeos que nos intervalos passavam nos écrans das salas das sessões. Não houve simpósios, mas a organização acordou com algumas casas a participação destas em sessões dentro do programa com temas incluídos por acordo mútuo, apresentados por elementos por eles propostos, que vieram a incluir dois médicos estrangeiros.