Reunião Arritmias 2020
Nos dias 21 e 22 de Fevereiro, teve lugar no “Cascais Miragem Hotel” a reunião anual arritmias, organizada pela APAPE e pelo IPRC, este ano designada por “Arritmias 2020”. Tal como dos dois anos anteriores, foi a própria organização que procedeu aos convites dos profissionais de saúde, incluindo a inscrição e quando necessário o alojamento. Após ser definido um número limite de inscrições e a sua distribuição pelos centros de Arritmologia, baseada essencialmente na sua dimensão, foi solicitado aos responsáveis de cada uma das Unidades de Arritmologia, a indicação dos nomes dos seus colaboradores a serem inscritos.
Tendo sido necessário garantir com antecedência o apoio financeiro das Casas da Indústria, este veio a ser estabelecido em reuniões separadas entre os coordenadores da Comissão Organizadora e os responsáveis de cada uma das casas da indústria que aceitou participar.
O número de inscrições ultrapassou mais uma vez as 310, entre médicos (arritmologistas, internos de cardiologia e cardiologistas gerais), técnicos de cardiopneumologia e enfermeiros dedicados a esta área.
A reunião contou com 92 participantes activos, entre prelectores, moderadores e membros de painéis, englobando 77 médicos (incluindo nove convidados estrangeiros) e 15 técnicos cardiopneumologistas e enfermeiros.
Os grandes temas da reunião foram a “Abordagem das taquicardias supraventriculares à luz das novas recomendações”, a “Ablação das taquicardias ventriculares”, a “Protecção de dados e prática médica (implicações nos registos e investigação científica)” , as “Novas terapêuticas da insuficiência cardíaca vs CRT”, o “Impacto da saúde digital”, as “Arritmias e desporto”, a “Ablação da fibrilhação auricular – resultados objectivos” a “Síncope – guidelines e prática clínica” e por fim a “ Utilização dos NOACs em situações particulares – segurança e eficácia”.
O programa incluiu várias sessões conjuntas com outras sociedades científicas ou grupos de estudo (GE), nomeadamente com a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC) representada pelo seu presidente, com a European Heart Rhythm Association (EHRA), com o GE de Fisiopatologia do Esforço e Reabilitação e com o GE de Trombose e Plaquetas.
As duas conferências que integraram o programa foram atribuídas a convidados estrangeiros: assim Enrico Calani abordou a nova problemática da Saúde Digital, numa prelecção com o título “Digital Health replace Digitalis Health?”, enquanto Juergen Kuschyk abordou o assunto: “Próximos dispositivos para estimulação cardíaca”.
O primeiro tempo da manhã de 6ª feira foi preenchido pela habitual sessão “Temas em foco”, em que se discutiram vários aspectos do tema “Abordagem das taquicardias supraventriculares”, cuja actualidade se prendia com a publicação recente de novas recomendações internacionais; a discussão foi dinamizada pelos coordenadores, com base em perguntas respondidas com recurso a televoter e intervenção de um painel de Cardiologistas Gerais e Arritmologistas. A sessão, largamente concorrida, suscitou como nos anos anteriores interessante discussão entre os moderadores, os prelectores e os elementos do painel.
O programa incluiu a também habitual Sessão de Casos Clínicos, que compreendeu seis casos clínicos, cada um proveniente de uma Unidade de Arritmologia de um hospital diferente, sendo comentado por um elemento de outro centro. Como usual foi uma das sessões mais participadas.
Dentro da sessão final foram apresentados e discutidos os registos de electrofisiologia e de pacing referentes a 2019, pelos correspondentes Vice-presidentes da APAPE.
Na exposição de posters, foi utilizada de novo a metodologia electrónica, com apresentação em dois écrans de larga dimensão comandados por um sistema informático que permitia fácil acesso a cada apresentação. Foi largamente batido o número record de 52 comunicações fixado no ano anterior, tendo sido aceites 67 apresentações. Com base na classificação dos resumos enviados previamente, o Júri seleccionou as cinco melhores comunicações, que foram discutidas com os seus membros durante os intervalos das manhãs. Destas, o Júri escolheu três, sendo atribuído à considerada melhor o 1º prémio (prémio Medtronic) e as outras duas classificadas como 2 os prémios. No final da reunião o primeiro autor do trabalho vencedor apresentou-o publicamente de forma resumida, numa sessão presidida pelos membros do Júri.
Apoiaram a reunião um total de 12 casas de dispositivos médicos e laboratórios clínicos que participaram na reunião a nível da exposição técnica, que incluiu quatro salas (hospitality-suites), seis stands e dois roll-ups.