Reunião Arritmias 2018
Nos passados dias 16 e 17 de Fevereiro teve lugar no “Cascais Miragem Hotel” a reunião anual organizada pela APAPE e pelo IPRC, este ano designada por “Arritmias 2018”. A organização da reunião revestiu-se de alguns aspectos diferentes das anteriores, dos quais o principal surgiu na sequência do impedimento da indústria de dispositivos de inscrever ou alojar médicos ou outros profissionais se saúde.
Daqui resultou a necessidade de ser a própria organização a proceder aos convites e assegurar as inscrições, reservado ainda alojamento no hotel para os participantes que vieram de outros pontos do país.
Isto representou um grande acréscimo de trabalho administrativo, a necessidade de contactar com todos os centros de arritmologia e ainda de negociar previamente com a indústria o apoio financeiro necessário para que a reunião pudesse vir a ter lugar.
Apesar destas dificuldades tivemos a satisfação de ter sido contabilizado um número record de inscrições, que alcançou os 312 participantes, essencialmente médicos (arritmologistas, internos de cardiologia e cardiologistas gerais), técnicos de cardiopneumologia e enfermeiros dedicados a esta área.
A reunião contou com 72 participantes activos (faculty), entre prelectores, moderadores e membros de painéis, que totalizaram 60 médicos (incluindo 8 convidados estrangeiros) e 12 técnicos cardiopneumologistas ou enfermeiros.
Os grandes temas da reunião foram as novidades no manejo das arritmias ventriculares, o impacto clínico da ablação da fibrilhação auricular (FA), as complicações neurológicas desta última arritmia, a relação entre a apneia do sono e as arritmias cardíacas, o papel das técnicas de imagem na arritmologia de intervenção e o impacto dos dispositivos electrónicos implantáveis na insuficiência cardíaca.
O programa incluiu uma série de sessões conjuntas com outras sociedades científicas nomeadamente com a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC) representada pelo seu presidente, que indicou os participantes brasileiros e co-moderou a mesa, cujo tema foi “Arritmias Ventriculares em Foco – novas realidades”.
Seguiram-se ainda no primeiro dia da reunião sessões com o Grupo de Estudos de Trombose e Plaquetas e o de Cardiologia Nuclear, RMN e TC. No sábado a manhã iniciou-se com uma sessão conjunta com a European Heart Rhythm Association (EHRA), que se debruçou sobre “O contributo das associações nacionais para a diversidade e o conhecimento na Europa no campo da arritmologia”; por fim, teve lugar uma sessão conjunta, esta com a Sociedade Portuguesa de Pneumologia. Para além das sessões conjuntas realizou-se ainda mais uma mesa redonda médica sobre “Ablação da FA” e duas mesas dos técnicos e enfermeiros de cardiopneumologia subordinadas ao tema geral “Tecnologia e suporte clínico”.
As duas conferências que integraram o programa foram atribuídas a dois convidados estrangeiros: assim o presidente-eleito da EHRA, Hein Heidbuchel falou das “Recomendações de Classe I em Arritmologia”, enquanto Paolo Della Bella abordou as “Novas fronteiras no tratamento da taquicardia ventricular”.
O primeiro tempo da manhã de 6ª feira foi preenchido por uma das habituais sessões “Temas em foco”, compreendendo um painel de discussão que integrava arritmologistas e cardiologistas gerais, em que se discutiram vários aspectos do tema “Dispositivos Cardíacos Electrónicos Implantáveis: impacto na Insuficiência Cardíaca”, sendo a discussão dinamizada pelos coordenadores com base em perguntas respondidas com recurso a televoter. A sessão, largamente concorrida, suscitou como nos anos anteriores intensa discussão entre os moderadores e os elementos do painel.
O programa incluiu como habitual uma controvérsia, este ano sobre “Ablação de TV em cardiopatia estrutural: timming ideal”, assim como a sessão de Casos Clínicos, que em relação aos anos anteriores teve a diferença dos casos serem seleccionados por concurso entre as diversas propostas, previamente seleccionadas por um Júri (das 16 propostas que concorreram foram seleccionadas as 6 que vieram a ser apresentadas na sala 2 perante um numeroso público). Foi atribuído um prémio aquela que foi considerada a melhor apresentação.
Como habitual foi organizada uma exposição de posters, utilizando-se de novo a metodologia electrónica, com apresentação em écrans de larga dimensão, tendo sido incluídas 32 comunicações. No final da reunião foi atribuído o prémio para o melhor poster (prémio Medtronic), seleccionado por um júri nomeado para o efeito pela Comissão Organizadora.
Para terminar a reunião foram apresentados os registos de electrofisiologia e de pacing referentes a 2017, pelos correspondentes Vice-presidentes da APAPE.
As casas de dispositivos médicos e laboratórios clínicos participaram na reunião a nível da exposição técnica, que incluiu nove stands, tendo três casas optado por hospitality-suites. Foram organizados dois simpósios da indústria (Biotronic e Abbott Medical), que tiveram lugar no final das duas manhãs da reunião, na sala 1.