Reunião Arritmias 2022

Nos dias 18 e 19 de Fevereiro de 2022, teve lugar no “Cascais Miragem Hotel” a reunião anual arritmias, organizada pela APAPE e pelo IPRC, neste ano designada por “Arritmias 2022”. Apesar das dificuldades resultantes do prolongamento da pandemia do Covid 19 e das restrições impostas pelas autoridades de saúde, foi possível que esta reunião pudesse voltar ao formato presencial. A sua organização seguiu as regras dos últimos anos, de acordo com a reformulação desde 2018 das relações com a indústria de dispositivos, tendo a própria organização procedido aos convites dos profissionais de saúde, sob a forma de atribuição de uma bolsa, incluindo a inscrição, refeições e quando necessário o alojamento. Após ter sido definido um número limite provisório de inscrições em função das disponibilidades financeiras disponíveis, as bolsas foram disponibilizadas aos Centros de Arritmologia, de acordo com as suas dimensões e pessoal, calculadas em função de integrarem serviços de Cardiologia de Hospitais Centrais, de Hospitais Distritais e por fim de Centros exclusivamente de dispositivos implantados ou Centros privados. Com base nestes critérios, foi solicitado aos responsáveis de cada uma das Unidades de Arritmologia, a indicação do número correspondente de colaboradores, cuja distribuição (arritmologistas, internos de cardiologia, técnicos de cardiopneumologia e enfermeiros) ficava da sua exclusiva responsabilidade.

Tendo sido necessário, como habitual, garantir com antecedência o apoio financeiro das Casas da Indústria para que a reunião possa ser realizada, este veio a ser estabelecido em reuniões por teleconferência entre os coordenadores da Comissão Organizadora e os responsáveis indicados por cada uma das firmas que aceitou participar. Tomando como base os donativos atribuídos em reuniões anteriores foram estabelecidos, a Comissão Organizadora decidiu estabelecer escalões de acordo com o nível de participação das casas, destacando-se as designadas como “Premium”.

Devido à elevada pressão por parte dos profissionais e Centros de Arritmologia o número de inscritos veio a ultrapassar largamente o limite fixado (atingiu um número de 340 participantes), batendo-se o recorde a nível de reuniões presenciais. Este facto levantou à organização problemas logísticos e financeiros, mas permitiu o registo de uma maior afluência às salas das sessões, que nalguns períodos se aproximou da sua lotação total, por vezes em simultâneo nas duas salas.

A reunião contou com 112 participantes activos, entre prelectores, moderadores e membros de painéis, englobando 98 médicos (incluindo nove convidados estrangeiros – dos quais seis participaram por videoconferência), sete técnicos cardiopneumologistas e sete enfermeiros.

Os grandes temas da reunião foram “Fibrilhação auricular – tratamento farmacológico / ablação”, “Guidelines de 2021 em Arritmologia”, “Ablação – radiofrequência vs novas energias”, “Ressincronização cardíaca vs pacing hisisano/do ramo esquerdo”, “Pacing no bloqueio AV completo em maiores de 75 anos”, “Questões actuais em dispositivos implantáveis”; “Morte súbita: epidemiologia, assistência médica, genética e aspectos médico-legais”, “Estratégia em doentes com TV e miocardiopatia arritmogénica”, “Prevenção primária da morte súbita”, “Ablação da TV em doentes com CDI”.

O programa integrou sessões de vários tipos, incluindo três Mesas-redondas médicas, uma de Técnicos Cardiopneumologistas e uma de Enfermeiros de Arritmologia, duas Sessões em Foco, com temas variados e uma Sessão de Controvérsia.

Foram ainda incluídas várias sessões conjuntas com outras sociedades científicas, nomeadamente com a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC) e com a Latin American Heart Rhythm Society (LARS), tendo ambas incluído duas controvérsias em que os médicos estrangeiros participaram por teleconferência; a outra sessão conjunta foi com a European Heart Rhythm Association (EHRA), que se fez representar presencialmente pelo Dr. Haran Burri.

As duas conferências que integraram o programa foram atribuídas respectivamente ao Prof. Pedro Adragão (“A minha estratégia no doente com TV e miocardiopatia arritmogénica”) e a segunda ao Prof. Pedro Brugada (“A minha visão da Arritmologia – Regresso ao Futuro”).

O programa incluiu a também habitual Sessão de Casos Clínicos, que compreendeu seis casos, seleccionados por um Júri entre mais de 20 propostas, cada um proveniente de uma Unidade de Arritmologia de um hospital diferente, sendo comentada por elementos de outros centros; como tem sido usual foi uma das sessões mais participadas.

Dentro da sessão final foram apresentados e discutidos os registos de electrofisiologia e de pacing referentes a 2021, apresentados pelos correspondentes Vice-presidentes da APAPE.

A exposição de posters manteve a metodologia electrónica, com apresentação em dois écrans de larga dimensão, permitindo o programa informático um fácil acesso a cada apresentação. Foram assim apresentadas 66 comunicações e com base na classificação dos resumos enviados previamente o Júri seleccionou as seis melhores, tendo-as discutido com os respectivos autores durante os intervalos das manhãs. Destas seis apresentações, o Júri escolheu três, sendo atribuído à que consideraram a melhor considerada o 1º prémio (prémio Medtronic) e às outras duas os 2 os prémios. No final da reunião o primeiro autor do trabalho vencedor apresentou-o publicamente numa sessão presidida pelos membros do Júri.

Apoiaram a reunião um total de 11 casas de dispositivos médicos e laboratórios clínicos que participaram na reunião a nível da exposição técnica, que incluiu três salas (hospitality-suites), dois stands e quatro expositores (roll-ups), para além de material publicitário afixado nalgumas paredes, pilares, chão e degraus da galeria do hotel, assim como vídeos que nos intervalos passavam nos écrans das salas das sessões. Não houve simpósios, mas a organização acordou com algumas casas a participação destas em sessões dentro do programa com temas incluídos por acordo mútuo, apresentados por elementos por eles propostos, que vieram a incluir dois médicos estrangeiros.